Sara Norte desabafa sobre a difícil realidade dos atores: “O meu pai vai ter de trabalhar até morrer”
Sara Norte, conhecida pelo seu trabalho como atriz e comentadora no programa “Passadeira Vermelha”, tem enfrentado dificuldades no mundo da representação. Há três anos sem projetos na área da atuação, a atriz abordou a sua situação profissional e a do pai, o também ator Vítor Norte, no programa “Passadeira Vermelha” da SIC Caras. Sara fez duras críticas à realidade do trabalho dos atores em Portugal, revelando que o pai, com 72 anos, ainda precisa trabalhar intensamente para garantir o sustento, pois não tem condições de se reformar.
Durante a conversa, Sara explicou que muitos artistas enfrentam uma dura realidade financeira, já que, sem uma boa reforma ou um plano de poupança adequado, têm de continuar a trabalhar até à morte. “O meu pai vai ter de trabalhar até morrer, a menos que ganhe o Euromilhões”, afirmou, apontando a dificuldade de muitos profissionais da área, que não têm a estabilidade que mereciam após uma carreira tão longa. A atriz também revelou a sua frustração com a falta de oportunidades no campo da atuação, o que a levou a refletir sobre a sua identidade profissional e os seus projetos pessoais.
Sara mencionou que, caso fosse vencedora do Euromilhões, ela abandonaria a carreira na televisão, preferindo dedicar-se a outras áreas. “Aproveitava para viajar e trabalhava noutras coisas. Abriria a minha associação de animais e nunca mais me preocupava”, disse. Embora a atuação tenha sido uma parte importante da sua vida, Sara deixou claro que não se define apenas pela sua profissão. Para ela, o trabalho não é o único fator que a faz sentir-se útil, destacando que, se fosse só a atuação que a definisse, ela sentiria-se “uma porcaria”, dada a escassez de trabalho nos últimos anos.
A atriz também falou abertamente sobre a pressão emocional que vem com a falta de trabalho, explicando que sente o peso da indústria e a dificuldade de se manter relevante num mercado que, muitas vezes, não oferece as mesmas oportunidades a todos. “Não tenho de ser atriz para me sentir útil. Sou muito mais do que isso”, afirmou, transmitindo a mensagem de que a profissão não deve ser a única fonte de validação para uma pessoa. Para Sara, é fundamental encontrar outras formas de realização pessoal e profissional.
Com este desabafo, Sara Norte levanta questões importantes sobre a realidade dos artistas em Portugal, abordando a falta de apoio e estabilidade que muitos enfrentam após anos de trabalho no setor. A sua sinceridade ao falar sobre a situação do seu pai e as suas próprias frustrações com a falta de trabalho traz à tona a necessidade de uma maior valorização dos profissionais das artes no país.