PORTUGAL DE LUTO: Morreu Nuno Portas, pai do político Paulo Portas

Portugal acordou hoje em choque com a notícia da morte de Nuno Portas, arquiteto e urbanista de referência, pai do antigo vice-primeiro-ministro Paulo Portas e do também falecido Miguel Portas. Tinha 90 anos e a confirmação foi dada pela ex-mulher, Helena Sacadura Cabral, através de uma nota emotiva nas redes sociais.
Nascido em Vila Viçosa, a 23 de setembro de 1934, Nuno Portas dedicou a vida à arquitetura e ao urbanismo, destacando-se pelo seu pensamento inovador. Foi um dos principais responsáveis por projetos de habitação social após o 25 de Abril, incluindo o SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local), que marcou uma nova forma de participação comunitária no planeamento urbano.
Para além da sua carreira política como Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo, Portas foi também professor, investigador e consultor internacional, tendo contribuído para projetos urbanos em cidades como Barcelona, Madrid e Rio de Janeiro. A sua visão e dedicação valeram-lhe prémios e distinções nacionais e internacionais.
A notícia da sua morte provocou de imediato uma onda de reações. Amigos, colegas e figuras públicas destacaram o seu papel determinante na formação de várias gerações de arquitetos e na modernização da habitação em Portugal. Nas redes sociais, mensagens de homenagem multiplicam-se, reconhecendo o legado de um “visionário que mudou a forma como olhamos para as cidades”.
Na mensagem publicada por Helena Sacadura Cabral, lê-se: “Apesar de há muitos anos termos seguido caminhos diferentes, partilhámos uma parte importante da vida e, acima de tudo, a dádiva de sermos pais de pessoas incríveis. Neste momento, o meu coração está especialmente voltado para o filho que me resta e para os nossos netos. Que ele descanse em paz”.
Nuno Portas deixa três filhos: Paulo, Catarina e Miguel (que morreu em 2012). Deixa ainda uma extensa obra escrita e uma carreira marcada pela inovação, pelo serviço público e pelo amor ao ensino e à arquitetura.
Até ao momento, ainda não foi divulgada a data das cerimónias fúnebres, mas é expectável que estejam presentes figuras de relevo da política, cultura e arquitetura, num último adeus a uma personalidade que marcou profundamente o país.