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GRANDES REVELAÇÕES sobre o caso da Grávida desaparecida

O desaparecimento de Mónica Silva, a “Grávida da Murtosa”, tem gerado um grande alvoroço em Portugal. O empresário Fernando Valente foi acusado pelo Ministério Público de homicídio qualificado, entre outros crimes, e aguarda julgamento

O caso de Mónica Silva, conhecida como a “Grávida da Murtosa”, abalou Portugal em outubro de 2023, quando a jovem, de 33 anos e grávida de sete meses, desapareceu sem deixar vestígios. Mónica estava com o seu bebé quando desapareceu, levando consigo as ecografias do feto, o que sugeria que tinha planos de mostrar ao pai do filho, Fernando Valente. O desaparecimento nunca foi esclarecido, e o corpo da vítima nunca foi encontrado. Contudo, as suspeitas começaram a recair sobre Fernando Valente, o empresário da Murtosa, com quem Mónica mantinha uma relação secreta.

Mónica, que já era mãe de dois filhos de outra relação, nunca mais foi vista após a comunicação de sua gravidez. O seu desaparecimento passou a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ), que, após meses de buscas, deteve Fernando Valente, inicialmente em prisão preventiva, e mais tarde em prisão domiciliária. O caso chamou a atenção do público e da imprensa, especialmente por ser associado a um possível homicídio e pela ausência do corpo da vítima.

Em 6 de novembro de 2023, mais de um ano após o desaparecimento, o Ministério Público formalizou a acusação contra Fernando Valente. Ele foi acusado de homicídio qualificado, aborto, profanação de cadáver, acesso ilegítimo e aquisição de moeda falsa. De acordo com o despacho de acusação, a motivação do crime terá sido a tentativa de Valente de evitar a paternidade e o impacto que a criança poderia ter no seu património. Segundo as autoridades, Valente terá planejado matar Mónica e o feto, e, após o crime, destruiu vestígios, inclusive o corpo da vítima, para não deixar rastros.

Fernando Valente, segundo a acusação, utilizou soda cáustica e outros químicos para limpar a casa onde, aparentemente, ocorreu o homicídio. A destruição de provas e a tentativa de ocultação do crime levantam questões sobre o envolvimento de outros possíveis cúmplices. A PJ identificou um ex-funcionário da família Valente como uma testemunha chave do processo, mas até o momento, ninguém mais foi acusado. O caso, embora sem corpo, conta com evidências circunstanciais, como relatos de testemunhas e provas de manipulação de cenas do crime.

A relação entre Mónica Silva e Fernando Valente foi marcada por segredo e ocultação. Mónica estava grávida de sete meses quando, no final de setembro de 2023, contou a Valente que estava à espera de um filho dele. A reação de Valente foi drástica, e, de acordo com as autoridades, ele não queria assumir a paternidade e procurou eliminar qualquer vínculo com Mónica. Os encontros entre o casal eram mantidos em segredo, em horários tardios e em locais onde ninguém pudesse vê-los juntos. Essa dinâmica secreta e a aversão de Fernando à paternidade tornaram-se elementos centrais no entendimento da motivação do crime.

A acusação também revela que Valente tentou, de todas as formas, afastar-se da vítima e, supostamente, planejou o homicídio de forma a proteger a sua imagem pública e evitar que fosse responsabilizado pela gravidez. O desaparecimento de Mónica Silva, portanto, não é apenas um caso de homicídio, mas também um relato de manipulação, violência e ocultação de provas que envolvem uma vida secreta e uma tentativa de evitar consequências de uma ação criminosa.

Além do crime de homicídio, Fernando Valente também está a ser investigado por suspeitas de abuso sexual de menores. Durante a investigação, a PJ encontrou no seu telemóvel várias fotografias de uma menina, com cerca de 10 anos, em situações comprometedores. Este achado levantou novas questões sobre o comportamento de Valente, que já estava no centro da atenção pública devido ao desaparecimento de Mónica. As investigações sobre o abuso sexual de menores continuam, e o empresário está a ser monitorado enquanto aguarda julgamento.

Esta acusação de abuso sexual adiciona uma camada ainda mais sombria ao caso, alimentando a revolta pública e aumentando a pressão sobre as autoridades para esclarecerem todos os aspectos do comportamento de Valente. As vítimas de abuso, no entanto, raramente podem encontrar a justiça rapidamente, e este caso levanta questões sobre a vigilância e os padrões de comportamento de figuras públicas e empresários no país.

O julgamento de Fernando Valente está previsto para acontecer nos próximos meses, e o empresário enfrenta acusações graves que podem levá-lo a uma pena de prisão prolongada. A acusação de homicídio qualificado, somada às suspeitas de abuso sexual de menores, coloca Valente numa posição vulnerável perante a justiça. O caso, que está a ser acompanhado de perto pela sociedade portuguesa, reforça a importância de uma investigação minuciosa, mesmo quando o corpo da vítima nunca foi encontrado.

Portugal já tem antecedentes de condenações em casos sem corpos, como o caso de Leonor Cipriano, que foi condenada pela morte da filha Joana, em 2004, com base em provas circunstanciais. A justiça portuguesa enfrentará mais um desafio neste caso, mas a investigação e as acusações levantadas até agora indicam que as autoridades possuem elementos suficientes para levar o caso a julgamento. A sociedade aguarda ansiosamente o desfecho deste crime brutal e das acusações subsequentes que envolvem Fernando Valente.

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